Xavier Alcácer Sanchis (ESP)


Parapapa
Aperitivo musical
Sete quilos de batatas fritas, um “rangido” multiplicado e uma interacção real entre público e performer. Junto ao espectador, estarão três caixas com 10 sacos de batatas fritas cada uma, que permanecem à espera enquanto que outras duas caixas por abrir permanecem no centro do espaço. A partir deste momento a minha acção consiste em convidar o público a participar, pegando num saco e comendo as batatas. Desde esse mesmo instante o público passa a ser interprete deste concerto improvisado, no qual os ruídos produzidos ao mastigar se transformam em material sonoro. Quando isto sucede, dirijo-me ao centro do espaço, abro as duas caixas centrais e início uma improvisação rítmica complementar junto do público. Primeiro comendo devagar, uma batata após outra e subindo o ritmo até que não posso comer mais e o público aborrece-se da imagem de verme comer e assim deixa de fazê-lo também. Inicío então uma batalha de lançamento de batatas que são devolvidas pelo espectador criando uma chuva de sons que vai subindo de intensidade. De repente deixo de as lançar e o espectador, ao não ser agredido, cessa o seu lançamento. Volto a comer ao ritmo normal... Este é um pouco o funcionamento do concerto, trata-se de um jogo de acção/reacção entre público e performer no qual estas duas partes cobram a mesma importância. Sem a participação de ambos não pode existir a peça. Definitivamente poderíamos dizer que a acção pretende ressaltar a importância do mínimo, do som quotidiano dando-lhe uma nova visão, um tratamento artístico para gerar uma obra em que som, cheiro e sabor se misturam atrás da experiência, do instante.

Manuel Espino (esp)

B a r r a d e l 7
A acção pode definir-se graficamente com o uso do signo “ / ” já que se encontra inserido dentro das dicotomias que inspiram a acção proposta: subir/descer; masculino/feminino; intimo/público; puro/híbrido… “ / “ é a terceira opção oculta ou o prémio de consolação para quem chega á meta em terceira posição. A acção que proponho está construída a partir de acções curtas, numerosas e díspares, inscritas em pictogramas desenhados sobre cartões que serão visíveis durante a acção. Mediante a justaposição de fragmentos contraditórios, repetitivos e flashbacks, que surgem de acções anteriores e movimentos criados para a ocasião e improvisações, compôs-se uma acção que responde a questões pessoais, culturais e mediáticas. As acções que compõem a performance recreiam imagens extraídas dos meios de comunicação e da história da fotografia, relacionadas com o desporto de competição e o ensino de disciplinas desportivas, com algumas variações que modificam o seu significado. Estas, tratam de criar outras referências visuais paralelas às amplamente divulgadas e revelar as transmissões de valores e roles de género que têm lugar mediante o desporto e seu ambiente cultural, de forma subjectiva. Estas acções estão filtradas pela minha experiência pessoal e a superação de objectivos.

Guillermo Lucas (ESP)

Distancia
O importante é fazer sentir aos demais a distância que existe entre os distintos corpos que criamos durante a vida (humanos, animais, objectos…). Fazer ver que estamos perto de tudo o que nos rodeia, de tudo em que acreditamos e essencialmente que esse todo que está ao nosso redor nos condiciona no dia-a-dia. Dai que a minha acção tem início no momento em que começo a dar voltas com um fio ou corda fina num dedo da minha mão. O dedo coberto de fio irá tocar uma parte do meu pescoço e ai uno as partes com fio e por aí sucessivamente, por exemplo, um braço com as costas, um pé com as coxas, a outra mão á barriga de uma outra pessoa ou a um banco … a um carro … a um candeeiro … a uma pedra, etc. Assim surgem novos corpos “deformados”; corpos estes diferentes dos que estamos habituados a ver e perceber. Quiçá ao vermos distintos “corpos” formados através da união entre pessoas+pedras+bancos… pensemos de forma nova no que nos rodeia e o quanto condicionamos estamos por esse meio…
A acção durará como mínimo 30minutos. Após se cortar as cordas, como prova da acção ficará uma espécie de casca-escultura. Material: Vários metros de fio ou corda fina.

Liliana Marques (pt)

Coração com defeito
Um, Dois, Três,...Trinta e nove, Quarenta!!
São os latidos de um pequeno coração com defeito! Batendo assim tão lentamente vai fazendo uma contagemdecrescente até parar...
A tentativa de curar o pequeno coração é vã, não tem conserto, mas a vontade é mais forte que a razão... então tento conserta-lo!
E vou cosendo, cosendo, cosendo, vou tentando noutros corações o impossivel conserto. Não resulta... São tantas as tentativas malogradas, mais uma tentativa falhada, e outra, e outra, todas se transformam em frustrações. Uma irracional vontade de consertar aquilo que a naturaza não construiu bem, algo com defeito, esse pequeno coração que não funciuna como deveria, faz com que ainda assim tente outra e outra vez... Chego com uma caixa, dela retiro um pano branco que estendo no chão, entro dentro desse espaço e da caixa retiro um rádio que ponho a tocar, uma composição de bateria! Da caixa vou retirando corações e agulhas com linha, vou cosendo um por um, no final de cada coração coloco-o no chão e vou escrevendo em sangue uma letra por cada um deles... no final os corações formam um circulo a minha volta com uma frase que diz:...porque nunca te ouvi chorar... Depois disto retiro um último coração da caixa e uma mantinha azul que tem escrita a mesma frase do chão, enrolo a mantinha à volta desse coração, mudo a faixa do cd e fica um som de um piiiiiiiii... coloco o coração no chão no sitio onde estava eu e saio do espaço. A performance termina assim que terminar o som do reprodutor de cd!
Materiais: Corações de porco, Agulhas, Fio, Tecido, Reprodutor de cd a pilhas, Caixa, Manta azul, Sangue de porco. Duração: variável, 20min. (Palácio de Cristal)

Sheila Toledo (esp)


102-07 Despejado
A minha performance centra-se em problemas pessoais relacionados com os estereótipos de homem e mulher do século XXI.
Lutas Feministas ficam desagregadas em meras intenções, enquanto as nossas mulheres de agora exercem o seu tempo em clínicas de estética para comprazer aos homens.
O vazio da sociedade é iminente...
Colocarei algodões estendidos no solo, olhando para mim estarei com uma frase escrita na costas "Where is my love,where is my hope,where is my reason to live" enquanto seguro com as duas mãos escorredores com parras húmidas, que colocarei em cima dos algodões, estarei sempre de costas para o público.
No fundo dos escorredores colocarei um traje de jaquetas de homem , que irei vestindo lentamente enquanto como alhos desenfreadamente, ao mesmo tempo tirarei um guarda-chuva e agacho-me para comer as folhas. Por fim, enquanto canto uma canção infantil "caracol, couve, couve" pego nos meus “trapos” e saio.

Claudia Padoan (itl)


Numa tentativa de traduzir, no corpo e em objectos diversos de materiais reciclados e pobres, o seu sentimento interior em relação á sociedade e a todas as condicionantes de liberdade; a performer irá construir uma espécie de jaula. Com a qual irá interagir com o intuito de chamar a atenção do público convencendo-o a paricipar e alertando-o para todas as questões sociais actuais que a reprimem e transformam.
Materiais: materiais reciclados/recicláveis e pobres, como cartão. Duração: 40 min. (Largo da Maternidade). Participantes: a artista e o transeunte.

Sara Stefanuci (itl)


Tradiciones e performans
A ideia da minha performance nasce com o culto antigo da Befana.
Comeceçarei minha acção repartindo velas a todas as pessoas presentes. Depois repartirei pelo público uma folha onde explico o valor de cada elemento utilizado e o que faço com cada um deles.
Quando der sinal, todos apagam as velas que têm na mão e eu começo minha performance. A acção consiste em: Primeiro...Tirar o fumo das velas com uma vassoura. Segundo...Fazer croché (sentada. Terceiro...Semear carvão. Quarto...Repartir rebuçados às pessoas. Perto do espaço onde estou a realizar a acção queria colocar entre dois paus um fio e pendurar em cima vários meias soquetes que aludem ao tema da viagem.
O tempo estimado entre 25/30 min. (Praça Carlos Alberto)

David Pascual (esp)

Concierto para 1 pianista y 10 peces
No espaço cénico apenas há um balde e um rectângulo desenhado no chão separado a uma distância aproximada de 100metros; o ideal seria ter umas escadas no meio, ou algo que dificultasse a passagem.
O performer aparece junto do balde, ata com cordas 11 sacos (do tamanho dos de supermercado) à cintura. Em 10 dos sacos há água com peixes, na última apenas existe agua. O peso total de cada saco é aproximadamente de 15 quilos. O performer caminha com os sacos à cintura a distancia entre o balde e o rectângulo desenhado no chão. Uma vez ai, agacha-se como se estivesse sentado num banco invisível e toca no ar, sobre o rectângulo, uma melodia num piano
inexistente. Quando termina de tocar, volta a fazer o percurso até ao balde, com os sacos, abre um dos sacos e despeja a agua e o peixe no balde. Após, volta de novo para o rectângulo e toca o piano invisível com a mesma melodia que não se ouve.
A acção repete-se ciclicamente enquanto existem sacos à sua cintura. Quando todos os sacos com peixes tiverem sido esvaziados no balde, estando o performer já esgotado de fazer o trajecto 10 vezes, ele vai até a parede, pendura o ultimo saco nela, a 1.5metros do chão, senta-se debaixo do saco, faz um buraco e assim que lhe começa a cair agua na cara, canta a melodia do piano que até agora não se tinha ouvido.

Gabriela Tadoro (itl)


Máscaras
O projecto começa a partir de algumas palavras-chaves como por exemplo: identidade, medo, escritura.
Os objectos que vou utilizar, são 4/5 máscaras e por cada máscara farei uma pequena acção; por exemplo eu colocarei uma máscara que sorri e farei uma acção que represente esse estado emocional e assim com as outras.
As máscaras serão uma que sorri, uma zangada, uma triste, uma normal e as acções serão relacionadas com as máscaras em causa.
Na parte final ou seja na última acção entrarei dentro de um saco preto do lixo e dali farei um buraco de onde sairei.
Para as pequenas acções:
-máscara que sorri: com balões fazer forma de animais
- máscara zangada: cortarei roupa preta
-máscara séria: farei um jogo com cartas
-máscara triste: permanecerei quieta.

Cada acção será de mais ou menos 5 minutos e a acção
final de 10 (mas ou menos) um total de 40 minutos (Jardim da Cordoaria)